terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Menina de Ouro


Adoro os filmes do Clint Eastwood... Assim decidi falar um pouco sobre o meu predileto, ou seja, Menina de Ouro (Million Dollar Baby no original). O filme retrata a história de Maggie Fitzgerald e Frankie Dunn. A moça do interior que tenta ganhar a vida e ralizar o sonho de ser boxeadora e o treinador carrancudo e amargurado que não quer saber de treinar uma garota. Inicialmente o filme se parece com todas as demais obras hollywoodianas, seria o clichê da menina que luta bastante e vence no final. Porém Clint Eastwood é maior que isso; ele dá uma reviravolta imensa e pega todo mundo de surpresa.
Um ponto interessante é notar a evolução dos personagens de Eastwood, desde o "justiceiro" Dirty Harry até o amargurado Frankie Dunn, que é o melhor exemplo dos tipos interpretados por Clint atualmente. Desde "Os Imperdoáveis", passando por "Sobre meninos e lobos" e até mesmo em "Gran Torino" (filme de 2009) o que se destaca é o remorso, é isto que une a cinematografia recente de Eastwood; e Frankie Dunn é de longe o mais recentido e complexo desses personagens. Sem falar do personagem de Morgan Freeman, o Sr. Scrap, que é magistralmente interpretado.
Clint Eastwood mostra o quanto evoluiu como diretor, cada quadro, cada plano é meticulosamente medido, o tom dramático e o uso de sombras realça as sensações a serem alcançadas; tudo sem parecer acadêmico ou artificial. A coragem do diretor em atacar situações difíceis e polêmicas, seja visual ou metaforicamente, é algo que não se está acostumado a vislumbrar no cinema  norte-americano.
Creio que a maioria das pessoas já conheça a história do filme, por isso não me prendi muito a ela, para aqueles que ainda não conhecem, procurem pois é um excelente longa metragem. O grande mérito do filme não é a questão polêmica da eutanásia, ou as questões ético-morais que assombram Frankie Dunn; o grande mérito deste filme está na sensibilidade, na relação com a vida e a obstinação de uma menina em busca de seu sonho e na sensação de tristeza e amargura que cercam o velho treinador de boxe (boxe que, na realidade, só serve como apoio à história central do filme). Só posso dizer que mereceu cada Oscar que ganhou. 

Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Paul Haggis, F.X. Toole
Elenco: Clint Eastwood, Hilary Swank, Morgan Freeman, Jay Baruchel, Anthony Mackie, Mike Colter

Nenhum comentário: