quarta-feira, 16 de março de 2011

O Lutador


Passados dois anos do lançamento do filme, peguei para reassistir esse longa de Aronofsky (um dos meus diretores favoritos atualmente), com uma sensação familiar depois de ver Cisne Negro pela quinta vez... O Lutador meio que serve de prévia (muito mais divertido e descomplicado) para Cisne Negro (ambos tratam da necessidade de aceitação de indivíduos fora de contexto na sociedade), fica parecendo que era a preparação do diretor para o próximo longa.
Mas, voltando ao filme... Este longa é uma adaptação do livro de Robert Siegel que conta a vida de um personagem ficcional, Randy "The Ram" Robinson, lutador de luta livre que teve seu apogeu nos anos 80, quando chegou a virar boneco e até mesmo video game. Este é um dos poucos casos em que considero o filme melhor que o livro, pois a adaptação de Aronofsky é carregada de emoção e força, coisas que o livro tem em grau um pouco menor.
20 anos depois de sua última grande luta Randy se mostra envelhecido e com poucos fãs, o dinheiro é escasso e as coisas não vão muito bem para o lutador. Mas, como tragédia pouca é bobagem, Randy infarta depois de uma luta e se vê obrigado a abandonar a única coisa em que era bom. Então ele busca o apoio e o consolo na única pessoa que lhe é próxima, uma stripper de boate chamada Cassidy (Marisa Tomei numa interpretação inacreditável).
Ela o aconselha a reaproximar-se da filha, o que não dá muito certo... afastado das lutas Randy tem de trabalhar no setor de frios de um supermercado para sobreviver; e até começa bem, mas aos poucos a degredação que o protagonista sente o faz ver que aquilo não é para ele, sua vida não é aquela... Determinado a fazer a coisa "certa", ele decidi voltar para um último combate, a reprise de uma antiga luta com o Aiatolá, seu maior rival nos tempos de glória. Aqui que as coisas tomam seu rumo e determinam a genialidade do filme e de Darren Aronofsky; este poderia ser mais um longa sobre a superação de um homem, mas não é. Randy Robinson não quer se superar, ele só quer ser aceito da forma que é, ser quem ele sempre foi e fazer o que mais gosta... Durante 20 anos ele viveu na pior, sabendo que as coisas não eram mais como ele gostaria, então, porque continuar a viver assim?
Eu não vou contar o final do filme, mas só posso dizer que aqueles que criticaram o filme por seu final e disseram que Aronofsky tinha feito um filme comercial e que só queria ganhar dinheiro para pagar as contas não sacaram nada de O Lutador, o fim do filme é mais que apropriado, pois não faz diferença o resultado, o futuro de Randy não importa mais, ele fez sua escolha e independente do que venha a seguir pra ele é indiferente... Esse é o grande lance.
Destaque para a trilha sonora com os melhores rocks da década de 80, as interpretações de Mickey Rourke (parece que o filme conta sua história, astro dos anos 80 que deixa tudo pra trás para lutar nos ringues e depois só busca aceitação) e Marisa Tomei. A direção impecável de Aronofsky não pode ser deixada de lado também. Aos que não tiveram o prazer de ver esse longa corram até o locadora e aluguem o dvd, vale cada segundo.  
   

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