quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sonetos de Shakespeare

Eu adoro poesia e, pra mim, ninguém foi melhor que William Shakespeare em se tratando de poesia. E aí nada melhor que dar ouvidos ao bardo e apenas prestar atenção ao que ele tem a dizer. Ao longo de alguns anos William Shakespeare escreveu diversos sonetos (para ser mais exato, 154 sonetos) que compõem a coletânea que foi publicada pela primeira vez no ano de 1609. Esses poemas tratam de temas como o amor, a política, a beleza e a morte. O interessante é que esses sonetos foram publicados sob condições meio incertas, não se sabe ao certo se o editor usou os manuscritos autorizados pelo autor ou se apenas se apoderou de uma cópia e publicou sem autorização. Além disso, na capa original o nome de autor está dividido por hífen e isso se mantém em todas as páginas internas do livro; o que faz com que algumas pessoas questionem a autoria da obra. Enfim, nada disso tira a beleza dos poemas... Falando neles, tentarei aos poucos colocar cada um deles aqui para que todos possam apreciar essas belas linhas. 

Soneto I

Dos mais belos seres, queremos mais,
de tal forma que não finde jamais a rosa da beleza,
mas enquanto as mais maduras decrescem com o tempo, 
seus rebentos jovens possam relembrar suas memórias:
Mas tu, contratada a seus lindos olhos,
és auto-suficente na luz de tua chama com tua beleza,
e crias a fome, onde está a abundância,
inimiga de ti mesma, tu, que és tão doce, a ti mesma tão cruel.
Hoje frescamente ornamentas o mundo,
e pareces a única capaz de anunciar a abundância da primarvera,
mas eis que dentro do teu próprio botão enterras tua essência,
e, tolinha, ocasionas um desperdício na natureza,
      tem pena do mundo, ou então isto seria egoísmo,
      cosumir o quinhão que ao mundo se deve, e isto ao túmulo, e a ti mesma.

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