quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Adele


Eu adoro música e isso não nenhuma novidade, passo boa parte do dia com as melodias de artistas diferentes tocando no computador; e mais que música gosto de mulheres com vozeirão, Aretha Franklin, Billy Holliday, Eva Cassidy e várias outras vozes poderosas do jazz, soul e blues... Sabendo disso, uma amiga me passou os álbuns de uma cantora de quem eu já tinha ouvido falar, mas nunca tinha escutado uma música sequer (pra quem não me conhece, não sou muito chegado em modismos e tendo a não me aproximar de coisas que estão estouradas por aí, pode chamar de preconceito, mas como dizem alguns, a massa é burra e sou muito seletivo com as coisas que me rodeiam).
Enfim, essa cantora é Adele (ou Adele Laurie Blue Adkins), uma inglesa nascida em 1988 (mesmo ano que eu) e que tem feito muito sucesso até mesmo em terras tupiniquins. Inicialmente fiquei meio com o pé atrás, mas aos poucos me rendi ao talento da gordinha branquela (com todo o respeito, não tenho nada contra as gordinhas e as branquelas, até porque cor da pele ou forma física não são sinônimos de talento) com voz de diva do Soul comparável às antigas cantoras da Motown.
Passado o primeiro impacto, fui pesquisar um pouco sobre a nova estrela da música pop/soul; a primeira coisa que vi foi que a consideravam a nova Amy Winehouse, o que na minha opinião é uma comparação injusta com Adele. Tirando as referências musicais e as tendências de composições angustiadas as duas são muito diferentes e vejo Adele mais madura musicalmente com relação a Amy; Adele varia mais nas influências, lançando mão de composições Folk e R&B, alguns Jazz mais leves e pitadas de Blues.
Outra característica que me agrada é a posição de antimusa recatada da cantora; uma artista que chegou ao topo sem a necessidade de se exibir, rebolar ou apelar para canções de cunho sexual. Os fãs não estão interessados no corpo de Adele, mas em sua voz e suas canções. Além de seu talento, a britânica tem a seu lado um duo de produtores de primeira, Rick Rubin (Johnny Cash, Red Hot Chili Peppers entre outros) e Paul Epworth (Cee Lo Green). 
Devido a isso, seu segundo disco, 21 (que faz refência a sua idade na época do lançamento do álbum; além deste também há o disco 19, primeiro da cantora), está inserido num ninho estranho no mercado junto a nomes como Rihanna, Lady Gaga e Britney Spears (mais uma vez, na minha opinião, todas inferiores a Adele).
Num tempo em que a magreza, os rostinhos bonitos e a falta de talento invadem a indústria do entretenimento, ver uma cantora com talento, voz de diva (essa sim merece a honraria) e nenhuma vergonha quanto sua forma física já vale a grana do disco (ou o preço do download, o que for...). 
Pra quem não conhece, recomendo que ouça as músicas e tire sua própria opinião, mas sugiro que peque as principais faixas do segundo álbum; "Rolling in the deep", "Turning tables", "Fire to the rain" e "Someone like you" (pra mim são as melhores músicas da cantora, as outras não me agradaram tanto, mas aí já é uma questão de gosto). 
Pra quem curte um Soul de "boutique" com misturas de Jazz, Blues e Folk fica a dica, pois é um prato cheio. Mais uma vez, me agrada muito poder ver alguém que se dedica exclusivamente ao seu talento, sem se importar com as modas, as críticas ao físico e as pressões de um mercado cruel com as formas diferentes, só por essas coisas posso dizer que sou fã de Adele, se entrar no quesito competencia então, aí é covardia com as demais "musas"... Espero que tenham gostado do post; comentem, compartilhem, fiquem à vontade, pois a casa é de vocês.

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